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O que é antecipação automática e quais as vantagens?

Uma pesquisa feita pelo Datafolha revelou que 75% dos clientes de cartão de crédito fazem compras de serviços e produtos por meio de parcelamento. Somente uma minoria de 16% afirmou poder comprar um bem durável com dinheiro à vista.

Essa facilidade para o cliente pode representar uma grande dificuldade para o lojista, uma vez que pode levar até 1 ano  para que ele receba o pagamento, caso a compra seja parcelada em 12 vezes, por exemplo. Mas já pensou na possibilidade de antecipar de modo regular os valores de vendas feitas a prazo sem a necessidade de solicitar a cada necessidade à adquirente? Esse recurso é conhecido como antecipação automática e traz muitas vantagens para o negócio.

Neste artigo, vamos detalhar o funcionamento desse serviço, bem como as vantagens e desvantagens que envolvem a antecipação automática.

O que é antecipação automática?

A antecipação automática de recebíveis é um serviço de crédito fornecido por credenciadoras  e que consiste no pagamento antecipado de vendas de boletos e cartões de crédito feitos a prazo. Tudo isso ocorre de forma automática, sem que o empresário precise se preocupar.

Para exemplificar, digamos que a loja tenha feito uma venda no cartão de crédito que seria depositada em sua conta dentro de 30 dias. Com a antecipação automática, o valor é recebido pela empresa em menos tempo, muitas vezes até mesmo no próximo dia útil, de acordo com as condições definidas na contratação do serviço.

Para ter acesso ao crédito antecipado, é cobrada uma taxa que incide sobre o valor da operação , que varia conforme a credenciadora.

Por ser automática, não é necessário que o lojista entre em contato com a instituição para fazer a solicitação. Basta requerer a automatização apenas uma vez, e a transferência é liberada sempre pouco tempo depois da venda a prazo.

Quais as vantagens?

Apesar do pagamento da taxa (que ocorre em qualquer operação de crédito), a antecipação automática de recebíveis traz muitas vantagens ao fluxo de caixa da empresa. Conheça alguns deles!

Disponibilidade de recursos

Em primeiro lugar, a empresa contará com dinheiro das vendas sempre disponível, e de modo regular. Assim, será possível oferecer pagamentos a prazo para os clientes, sem que isso impacte significativamente a liquidez do caixa do negócio.

Com isso, o valor da venda, na maior parte dos casos, cairá na conta no mesmo mês corrente. Isso facilita bastante o gerenciamento financeiro do negócio. Afinal, controlar contas a receber a prazo não é uma tarefa tão simples.

Dessa forma, o empresário tem dinheiro em mãos mais rapidamente para pagar fornecedores, custear as operações e fazer investimentos.

Esse tipo de serviço é especialmente vantajoso para empresas que estão iniciando suas atividades. Nesses casos, normalmente são feitos altos investimentos iniciais, e o retorno financeiro pode ser demorado, especialmente se há muitas vendas a prazo.

Com a antecipação automática de recebíveis, o negócio já consegue um retorno mais rápido, mesmo que tenha que arcar com uma pequena taxa pela operação.  Isso contribui para que o fluxo financeiro do negócio permaneça equilibrado.

Crédito com taxas mais baratas

A antecipação é uma operação que visa trazer o valor futuro para o valor presente . No entanto, as taxas são mais reduzidas. Afinal, você está recebendo uma quantia que já pertence ao seu negócio, e os riscos para a operadora são menores. Dessa forma, a empresa não precisa se comprometer com um endividamento.

Menos burocracia

A obtenção de crédito em uma instituição financeira pode ser um processo bastante burocrático, exigindo diversos documentos e demandando tempo para conferência. Esse serviço pode ser contratado diretamente com a adquirente,  levando apenas alguns minutos.

Redução do impacto de vender a prazo

Oferecer aos clientes diferentes formas de pagamento é muito importante para atrair o público e fazer mais vendas. O pagamento a prazo, no entanto, pode desequilibrar o caixa do negócio.

Nesse cenário, a antecipação resolve esse problema, pois evita que o caixa do negócio fique descapitalizado com muitas contas a receber. Além disso, as vendas a prazo serão recebidas em menor tempo.

E as desvantagens, existem?

As vantagens da antecipação são óbvias. Mas, como qualquer operação financeira, é preciso dar atenção a alguns pontos importantes.

Taxas vão reduzir o lucro potencial

A taxa paga pelo serviço de antecipação se torna um custo a mais que deverá ser levado em conta e acrescido às taxas convencionais cobradas pela operadora.

Risco de dependência financeira do crédito antecipado

O hábito de antecipar recebíveis pode tornar o negócio dependente e fazer o empresário perder o controle do recebimento de parcelas futuras — se não for bem gerenciado o que foi antecipado e o que não foi. Por isso, é preciso que essa estratégia parta de um bom planejamento estratégico e financeiro

Aumento do preço final ao consumidor

Uma vez que haverá um custo adicional, esse valor será no fim repassado ao cliente, caso não queira reduzir sua margem de lucro. Assim, deverá ser feita uma boa precificação para não comprometer sua competitividade no mercado.

Como a antecipação automática pode ser interessante para o seu negócio?

A antecipação de recebíveis é uma solução muito interessante para as empresas que desejam equilibrar seu fluxo de caixa. Para garantir resultados satisfatórios na estratégia, é importante avaliar os prós e contras e dar atenção a algumas ações, tais como:

  • tente não agregar a taxa de serviço de antecipação aos preços de venda, evitando perder clientes e vantagem competitiva;
  • estude o contrato feito com a adquirente para entender todas as condições do serviço a fim de evitar cláusulas indesejadas, ou mesmo o serviço de antecipação automática, se esse não for objetivo;
  •  avalie as necessidades de recursos do seu negócio, para determinar se está necessitando de capital de giro ou não.

A antecipação automática de recebíveis do cartão de crédito é uma estratégia muito vantajosa, especialmente para empresas que precisam fortalecer e equilibrar seu fluxo de caixa. No entanto, essa decisão deve partir de um bom planejamento financeiro, levando em conta todas as vantagens e riscos da operação.

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Vendas online

Tendências para o e-commerce brasileiro em 2022

A pandemia da covid-19 impulsionou de modo muito significativo as vendas no comércio eletrônico. Com o isolamento social, muitos consumidores que ainda não haviam experimentado as compras online perceberam a facilidade e a segurança das plataformas. Esse fenômeno também tem motivado o avanço de diversas tendências para o e-commerce.

É muito importante que as empresas estejam atentas a esses movimentos do mercado, pois podem contribuir para melhorar a experiência do cliente e, com isso, elevar os resultados de vendas.

Por isso, neste artigo, vamos listar algumas das principais tendências para o e-commerce. Além disso, saiba também quais os resultados que o comércio eletrônico tem alcançado no país e o que podemos esperar para os próximos anos.

O desempenho do e-commerce no Brasil

O e-commerce brasileiro bateu recorde de vendas em 2021. Com um crescimento de quase 27%, o faturamento do setor chegou a R$ 161 milhões no período. O estudo da Neotrust apresentou outros dados bem animadores.

Por exemplo, em relação ao volume de pedidos, o aumento foi de 16,9%, totalizando um número de 353 milhões de entregas. Outro avanço foi no ticket médio das compras, que cresceu 8,6% em relação ao ano anterior — por volta de R$ 455 por pedido.

Um levantamento feito pela Conversion revelou que somente até fevereiro de 2022, o número de acessos aos e-commerces brasileiros já ultrapassou 1,5 bilhão. Esses acessos ocorrem de três formas principais: em digitação direta da url na barra de endereços (44,3%), busca orgânica pelo Google (27,2%), tráfego pago (18,7%) e, menos expressivo, pelas redes sociais (3,1%).

A pesquisa leva em consideração os 10 maiores e-commerces do país, o que explica o acesso direto pelo endereço do site. No entanto, a pesquisa também aponta a importância das estratégias orgânicas aliadas a campanhas de mídia paga.

Tendências para o e-commerce em 2022 

Como você pôde perceber, o e-commerce brasileiro está a todo vapor, e ainda existem muitas tendências que estão sendo exploradas pelos grandes players para se destacarem no mercado. Conheça as principais delas!

Phygital

Phygital é a união para duas experiências de consumo: física (physical) e digital. Apesar do grande avanço das compras online, uma tendência que tem ficado cada vez mais forte é a fusão desses modelos.

Uma pesquisa da Opinion Box revelou que 74% dos consumidores costumam pesquisar os produtos na internet antes de fazer a compra em lojas físicas. 69% fazem essa pesquisa em redes sociais, que é o ambiente onde as pessoas costumam expressar suas opiniões sobre os produtos.

Esses dados indicam que o consumidor deseja que a experiência online e física se misturem. Em muitos casos, ver e sentir o produto tem um impacto muito importante na decisão de compra. Ao mesmo tempo, a compra online traz a comodidade de encontrar os melhores preços com opções mais variadas.

Estratégia omnichannel

Tendo em vista esse comportamento digital, é importante que as marcas procurem integrar suas diferentes plataformas e seus pontos de venda. É o que chamamos de . A ideia é que diferentes canais de contato da empresa possam permitir ao cliente uma interação contínua e fluida, de modo que o cliente não sinta diferença entre o offline e o online.

Um exemplo prático é a possibilidade de o cliente comprar um produto na loja virtual e retirá-lo na loja física. Ou então, pode ser que ele compre na loja virtual e, se não gostar, vai até uma loja física para experimentar outros modelos e fazer a troca ou devolução.

O atendimento também precisa ser estruturado de um modo que haja um padrão de interação, e não haja barreira entre os diferentes ambientes. Por exemplo, em muitas lojas físicas é possível consultar informações sobre o produto lendo o código QR nas prateleiras, e até reservar o item via app.

Social Commerce 

E-commerce se refere basicamente a compras feitas de modo online. Com a popularização das plataformas, novos modelos surgiram, gerando mais competitividade e dinamismo ao comércio eletrônico. Ao passo que as redes sociais tomam cada vez mais força, elas se tornam um ambiente fértil para fechar negócios.

Essas plataformas têm sido muito usadas pelos consumidores para se comunicar com as marcas, conhecer as novidades, fazer compras, pesquisar produtos etc. Em muitos casos, é possível usar de modo nativo essas plataformas para fazer compras.

Voice Commerce

O voice commerce se refere a compras por comando de voz. Aqui, são usadas assistentes virtuais, como a Alexa, da Amazon. E é literalmente essa a ideia: fazer compras sem precisar usar nenhum computador ou smartphone, basta fazer o pedido por voz.

Após informar à assistente o produto, o cliente recebe uma confirmação e são repassados dados de entrega e pagamento, no entanto, a configuração pode ser feita de uma forma que esses dados sensíveis sejam repassados posteriormente.

Live Commerce

O live commerce segue sendo uma das grandes tendências para o e-commerce neste ano. Especialmente na pandemia, em que as restrições de circulação foram maiores, lojistas, blogueiros e influencers aproveitaram para fazer lives para venda de produtos.

Apesar da recente popularização, a tendência não é tão recente. Na verdade, começou na China, em 2014, e foi aos poucos se espalhando pelo mundo. Podemos dizer que o live commerce é a digitalização daqueles programas de televisão que há anos fazem vendas ao vivo.

Formas de pagamento mais ágeis

À medida que as compras online ficam mais comuns, é natural que os consumidores desejam ter processos de pagamentos mais práticos e seguros. E essa tendência está se fortalecendo. Hoje já temos muitos métodos de captura que facilitam demais as transações tanto no ambiente físico, quanto nas compras online.

A tokenização, por exemplo, é o processo que fornece uma solução de segurança muito eficiente para armazenar dados sensíveis dos clientes. Dessa forma, transações podem ser realizadas rapidamente, sem que o usuário precise inserir todos os seus dados a cada compra.

Logistica e frete: pontos pick up e drop off

A verdade é que um dos grandes desafios do e-commerce é a logística. Afinal, o cliente quer receber seus produtos com agilidade e com o menor custo. O modelo PUDO (pick up e drop off) tem sido bastante usado para otimizar as entregas.

A ideia consiste no cadastro de pontos de coleta onde os produtos serão entregues. Assim, não é necessário que o produto chegue até o cliente. Em um local perto de sua casa, ele pode retirar a mercadoria com agilidade, no horário em que for mais conveniente.

Essas tendências para o e-commerce mostram que o mercado não para de evoluir, e o consumidor está atento às estratégias que as empresas adotam. Lembre-se que a preferência do público fica do lado das marcas que focam na experiência do cliente.

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Financeiro

O que é Techfin e qual a diferença para Fintech?

Nos últimos anos, empresas do setor financeiro têm sido beneficiadas pelo avanço tecnológico, tendo assim condições de apresentar soluções que facilitem o dia a dia das pessoas. Essas fornecedoras de tecnologias são conhecidas com techfin e têm um papel fundamental no aumento da competitividade e democratização bancária nos últimos anos. 

O conceito de techfin, no entanto, muitas vezes é confundido com as fintechs. Apesar de haver semelhanças, são modelos distintos, e é sobre essa diferença que vamos falar neste artigo. Continue a leitura e entenda mais! 

O que é uma techfin? 

Techfin é o nome dado a empresas de tecnologia que adentram ao mercado financeiro para fornecer serviços inovadores para empresas do ramo. Esse termo foi visto pela primeira vez pelo fundador do grupo Alibaba, Jack Ma. O objetivo foi nomear empreendimentos que forneciam produtos financeiros ligados a plataformas tecnológicas. 

Assim, em muitos casos, as soluções de tecnologias que essas empresas têm são essencialmente digitais, sendo concebidas sem que haja nenhuma relação com o setor financeiro. No entanto, podem ser utilizadas para oferecer serviços financeiros. 

Para entender melhor, imagine um software ERP usado para gerenciar um negócio. Com o tempo, os desenvolvedores passam a incorporar funções financeiras à plataforma, especializando nesse tipo de demanda. Aí surge uma techfin. 

Para que serve? 

Pela própria definição, a techfin fornece soluções tecnológicas para empresas do setor financeiro, atuando no modelo B2B (Business to Business). No entanto, não restringem seus produtos, uma vez que também podem fazer parcerias para criar soluções em benefícios de empresas de outros segmentos, como saúde, varejo e educação. 

Quando uma instituição financeira contrata um techfin, ela deseja implementar uma tecnologia que visa a otimização de suas operações financeiras para garantir maior eficiência aos seus processos e maior qualidade na experiência de seus clientes. 

Assim, um banco não precisa ser detentor de todas as tecnologias que utiliza para assegurar a proteção dos dados e manter suas operações. Na verdade, ele contrata empresas especializadas para dar suporte tecnológico à sua infraestrutura. 

Qual a diferença entre techfin e fintech? 

É natural que os dois modelos de negócios sejam confundidos. Afinal, são as mesmas sílabas, mas invertidas. No entanto, são tipos muito diferentes de operações. 

As fintechs são startups que direcionam suas operações para o mercado financeiro, e ganharam bastante notoriedade nos últimos anos, com grandes marcas que até se tornaram populares. Não há dúvidas de que facilitaram o dia a dia das pessoas com soluções práticas, desde a abertura de uma conta digital para movimentação bancária, até apps que facilitam na gestão financeira. 

Ao passo que as fintechs focam na experiência do usuário de serviços bancários, tendo sempre como base plataformas tecnológicas, as techfins fornecem soluções para empresas do setor financeiro que desejam atualizar suas operações. 

Assim, em primeiro lugar, temos a diferença do público que elas atendem. O usuário final não será um cliente de uma techfin, mas sim um banco ou outro tipo de empresa. Já as fintechs focam no cliente final, que vai abrir a conta no banco, por exemplo. 

Além disso, a techfin é uma empresa de tecnologia, e não do setor financeiro. Ela fornece soluções que dão suporte a negócios do setor financeiro, mas também pode gerar soluções para outros segmentos. Já as fintechs são focadas no mercado financeiro, mas nasceram com base tecnológica. Por isso, normalmente são bastante inovadoras. 

Na forma em que atuam, as fintechs e techfins podem apresentar abordagens diferenciadas. Ao passo que as fintechs usam uma base tecnológica já existente e a revisam para criar serviços financeiros, às techfins pensam na tecnologia como um todo, pensando em como podem ser usadas em benefício dos serviços que já existem. Nesse processo, também podem surgir inovações. 

Qual a importância das techfins para o mercado financeiro? 

As techfins têm um valor muito marcante no mercado financeiro, uma vez que são as grandes responsáveis por fornecer tecnologias que dão suporte a operações bancárias. Assim, elas são capazes de modernizar a infraestrutura de um banco a fim de que suas operações sejam mais eficazes e assim conquistarem mais clientes, que prezam pela praticidade. 

Mas elas não se limitam a prestar serviços a empresas do setor bancário. Seus sistemas de gestão, por exemplo, podem facilitar o gerenciamento financeiro de outras empresas. Uma operadora de telefonia pode utilizar um ERP de uma techfin para automatizar e integrar seus processos de pagamento, como boletos, Pix e outros meios de pagamentos. 

E não para por aí. As techfins podem atender diversos segmentos, como soluções para que outras empresas forneçam serviços financeiros — empréstimos, ofertas de crédito, seguros, consórcios, contas bancárias etc. 

A atuação das empresas de tecnologia é significativa no setor de serviços financeiros. Segundo um levantamento feito pelo Bank for International Settlements (BIS), 11,3% da receita das maiores empresas de tecnologias (as techs) do mundo são gerados a partir de serviços financeiros, ficando à frente dos serviços de saúde e da indústria, por exemplo. 

E temos fortes razões para essa forte atuação no setor. Estamos vivendo em um cenário de alta concorrência e mudanças muito rápidas. Uma dessas mudanças é a evolução de um sistema bancário tradicional para um modelo puramente digital. Nesse contexto, todo o ecossistema financeiro dessas grandes instituições é obrigado a fazer ajustes críticos em suas operações, se desejam se manter competitivas no mercado. 

A pandemia também acelerou o processo de digitalização e acesso aos serviços bancários. Com as restrições de mobilidade urbana, contar com serviços bancários remotos, usando o smartphone ou computador, tornou-se essencial. 

Com esse plano de fundo, as empresas do segmento techfin são capazes de dar o suporte em soluções tecnológicas e infraestruturas que as empresas necessitam para se adaptar à nova realidade. 

As techfins têm se destacado pelo conhecimento profundo acerca de novas tecnologias, e entendem como as soluções podem ser implementadas no setor de finanças. Dessa forma, seus sistemas podem contribuir para a otimização das empresas do setor. 

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O que é iniciador de pagamentos?

Com a edição da Resolução BCB n° 24, datada de 22 de outubro de 2020, passou a existir uma nova modalidade de instituição de pagamento: o iniciador de pagamentos. Criada pelo Banco Central, o objetivo é facilitar as transações de pagamento online, abrindo margem para um novo campo de atuação, sobretudo para as fintechs.

Neste artigo, você vai entender melhor como funcionam os iniciadores de pagamentos, as etapas de implementação e como eles impactam o e-commerce. Prossiga a leitura e saiba mais!

O que é iniciador de pagamentos?

O iniciador da transação de pagamentos é uma instituição de pagamentos que presta esse serviço com base em duas prerrogativas:

  • não gerencia a conta de pagamento;
  • não possui os fundos que serão transferidos na operação.

Segundo o que diz a Resolução BCB n° 24, a iniciação de pagamento é “ordenada pelo usuário final, relativamente à conta de depósito ou de pagamento, comandada pela instituição não detentora da conta à instituição que a detém”.

Isso significa que o iniciador de pagamentos pode solicitar que a Instituição Financeira em que o usuário tem conta faça um pagamento a quem o cliente desejar, sem precisar que ele acesse o aplicativo do banco para efetuar a operação.

Como funciona?

Na prática, os iniciadores de pagamentos poderão oferecer diferentes serviços em suas plataformas, como compra, venda e movimentação de recursos de contas autorizadas pelo usuário. Esses serviços, porém, não devem incluir financiamentos ou empréstimos.

Assim, as pessoas poderão manter relacionamento com bancos e instituições financeiras, e movimentar seus recursos em plataformas de terceiros, sem precisar necessariamente entrar no app do banco. Essas operações podem ser feitas tanto para pessoas físicas, quanto para pessoas jurídicas.

O que o iniciador de pagamentos não pode fazer?

Como podemos perceber, o iniciador de pagamentos tem funções importantes relacionadas ao acesso a informações e movimentações financeiras. Por isso, o Banco Central impôs certas restrições a esses agentes. Dessa forma, eles não podem:

  • armazenar dados de autenticação para validar transações financeiras na conta da instituição do usuário;
  • solicitar mais dados além do que o necessário para realizar o serviço de iniciação de pagamento;
  • armazenar, acessar ou usar dados do usuário que não seja estritamente para o serviço de iniciação de transação que foi autorizada pelo usuário;
  • alterar dados da transação autorizada pelo usuário, como valores ou credores.

Essas restrições impostas pelo Banco Central estão claramente em harmonia com a Lei Geral De Proteção de Dados (LGPD). Com isso, constrói-se uma camada a mais de segurança, impossibilitando que sejam realizadas operações além daquilo que foi previamente acordado e autorizado pelo usuário.

Quem pode ser um iniciador de pagamentos?

Para funcionar como um iniciador de transação de pagamento, a instituição precisa de uma autorização do Banco Central. Para solicitá-la, a instituição deve integrar e manter um Capital Social de no mínimo R$ 1 milhão, atendendo ainda aos seguintes critérios:

  • conhecer os riscos que estão relacionados à prestação do serviço de iniciação de pagamento;
  • ter capacidade financeira que dê suporte às operações da instituição, inclusive que seja suficiente para lidar com contingências;
  • apresentar sustentabilidade financeira, operacional e mercadológica;
  • ter capacidade técnica e administrativa para dar cabo das operações.

Quais foram as etapas de implementação?

O papel do iniciador de pagamentos está diretamente atrelado ao Open Banking. Afinal, temos aí o compartilhamento de dados do usuário para que as transações sejam autorizadas e efetuadas ao credor.

Para relembrar, o Open Banking se refere a um sistema bancário aberto em que o cliente de instituições financeiras pode permitir que seus dados sejam compartilhados com terceiros previamente autorizados. Dentro desse cenário, o iniciador de pagamentos entra em cena com maior destaque na fase 3 do Open Banking. Essa fase também será dividida em etapas, da seguinte maneira:

  • 1º ciclo (29/10/2021 – 14/11/2021): iniciação por: chave Pix; inserção manual de dados; informações do usuário recebedor;
  • 2º ciclo (15/11/2021 – 30/11/2021: iniciação por: chave Pix; inserção manual de dados; informações do usuário recebedor;
  • 3º ciclo (01/12/2021 – 31/01/2022: iniciação por: chave Pix; inserção manual de dados; informações do usuário recebedor; QR Code dinâmico e QR Code estático;
  • 4º ciclo (01/02/2022 – 17/02/2022: iniciação de transação de pagamento do arranjo Pix (inclusive Pix agendado): chave Pix; inserção manual de dados; informações do usuário recebedor; QR Code dinâmico e QR Code estático.

Fonte: Site do Bacen (Banco Central do Brasil).

Dentro desse cenário, o iniciador de pagamentos será capaz de permitir ao cliente utilizar e gerenciar transações de vários bancos em uma única plataforma ou aplicativo. Assim, em vez de usar os apps nativos do seu banco, será possível utilizar um iniciador para gerenciar tudo de um lugar só.

Essa divisão em fases no compartilhamento de informações servirá como uma forma de testes, para que tudo seja implementado com segurança e eficiência.

Qual a importância do iniciador de pagamentos para o e-commerce?

Como sabemos, a operação de pagamentos com PIX é dependente da ação do usuário de abrir outro aplicativo e fazer a leitura de um QR Code para autenticar o pagamento. Talvez você se lembre que até pouco tempo atrás, para realizar pagamentos com cartão de débito era necessário fazer login na página do banco, mas depois da certificação 3DS 2.0 isso não é mais necessário e o checkout é concluído direto no e-commerce. E a proposta do iniciador de pagamentos segue essa mesma ideia, facilitar e tornar mais fluída a experiência.

Por isso, o papel do iniciador de pagamentos no e-commerce é muito importante, pois dá maior praticidade e agilidade à experiência de compra. Antes do iniciador de pagamentos, para realizar o pagamento pelo PIX, por exemplo, eram necessários diversos passos.

No checkout, o cliente precisava copiar o código QR Code, abrir o aplicativo do banco, acessar a área pix, colar o código e validar a operação. Com o iniciador de pagamentos, é possível cortar essas etapas, realizando todo o processo ali mesmo na tela da loja online.

E não é apenas com o PIX que o iniciador de pagamentos terá um papel importante. Será possível fazer transferências usando um app fornecido pelo iniciador. Por exemplo, esse aplicativo poderá gerenciar as finanças, enviar mensagens, servir como rede social e ainda iniciar pagamentos a partir das contas bancárias dos usuários.

Open Banking trouxe mudanças significativas no sistema financeiro brasileiro. O papel do iniciador de pagamentos é uma dessas inovações que permitirá maior competitividade, segurança e praticidade nas transações financeiras.

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