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Stablecoin: o que é e qual a diferença para o bitcoin?

Stablecoin é a moeda que veio para ser a opção de criptomoeda lastrada e menos volátil. Entenda melhor como funciona e sua diferença em relação ao bitcoin!

A stablecoin é um tipo de criptomoeda com uma diferença muito vantajosa em relação às demais: ela tem uma estabilidade muito próxima às moedas correntes, como o real. Essa baixa volatilidade gera muitas vantagens, especialmente em um mercado de criptomoedas com tantas oscilações. 

Siga com a leitura e entenda melhor como funciona essa moeda virtual. Saiba como ela pode ser usada fora do mundo das criptomoedas. 

O que é stablecoin? 

As stablecoins são uma categoria de criptomoedas que dão mais estabilidade de valor, especialmente se comparadas às demais moedas virtuais, como o Bitcoin. Esses ativos são atrelados ou lastreados a um ativo de reserva mais estável, como ouro ou dólar. 

Esse lastro significa que para cada unidade de stablecoin é preciso que a instituição que emite precisa ter o ativo real correspondente em reserva. Por exemplo, se cada stablecoin estiver cotada em US$ 1, a instituição precisa ter esse valor em dinheiro guardado. 

Esse funcionamento é muito semelhante ao padrão-ouro que funcionou até agosto de 1971, em que a emissão do papel-moeda devia ser feita com base na quantidade real de ouro no tesouro do país. 

Como acontece com qualquer outra criptomoeda, as stablecoins também são geradas em uma blockchain, que é um tipo de livro-registro virtual super seguro. 

Para que servem? 

As características das stablecoins as tornam ideais para diversas situações, como: 

  • conversão para dólar, uma vez que seu lastro é a moeda norte-americana.  
  • transferências para qualquer lugar sem precisar de bancos; 
  • pagamentos com cartões de débito ou transferência direta a fornecedores; 
  • investimento no mercado cripto com baixo risco, opção ideal para iniciantes; 
  • ponte entre as moedas do mundo real e as criptomoedas, bastando trocar suas bitcoins por uma stablecoin lastreada em dólar, por exemplo. 

Quais os tipos de stablecoin?  

Existem no mercado pelo menos quatro modelos de stablecoins que se diferenciam especialmente pelo lastro. 

Lastro em moeda fiduciária 

Vamos começar pelas mais tradicionais. As stablecoins lastreadas em moeda fiduciária seguem uma regra de 1:1, isto é, cada stablecoin criada tem uma representação de igual valor na reserva da instituição. A USDC é um exemplo em que cada unidade equivale a US$ 1. 

Lastro em criptomoedas 

São lastreadas com base no valor de outras criptomoedas. Assim, o preço é parecido com outro ativo digital. O exemplo mais conhecido é a DAI que precisa de ETH em contato inteligente para ser gerada. 

Lastro em commodities 

O lastro aqui são commodities, como ouro — o ativo mais usado nesses casos. O Pax Gold (PAXG), por exemplo, é uma stablecoin em que cada 1 onça de ouro (31 gramas) equivale a um token dessa criptomoeda. 

Stablecoins algorítmicas  

O cálculo do lastro das stablecoins algorítmicas são um pouco diferentes. Elas têm seu valor baseadas no uso de contratos inteligentes e algoritmos.  

Quais as principais stablecoins hoje? 

Existe uma infinidade de stablecoins disponíveis no mercado hoje. Mas podemos destacar os projetos de maior relevância no cenário das criptomoedas: 

  • Theter (USDT): é a primeira stablecoin lançada no mercado, em 2014, lastreada em dólar; 
  • USD Coin (USDC): foi lançada em 2018 pelo consórcio Centre formado pelas empresas Circle e Coinbase; 
  • TerraUSD: também lastreada em dólar na proporção 1:1, foi criada pelas empresas Terra e a Bittrex Global; 
  • Binance USD: foi criada em 2019; 
  • pela empresa Paxos Trust Company em parceria com a Binance; 
  • MarkerDAO (DAI): uma das principais stablecoins lastreadas em bitcoins. 

Stablecoin x criptomoedas — quais as diferenças? 

As stablecoins e as criptomoedas atuam no mesmo mercado e são geradas pela blockchain, mas apresentam diferenças muito importantes que detalharemos a seguir. 

Lastro 

Esse é um dos principais aspectos que aproxima as criptomoedas das moedas fiduciárias que usamos em nosso dia a dia. Como já explicamos, o preço das stablecoins são atreladas a um ativo que a instituição precisa ter em reserva. Assim, o mesmo valor é praticado entre investidores e comerciantes, como no mercado tradicional. 

Já as criptomoedas não se pareiam com outros ativos, embora alguns especialistas afirmem que a tecnologia utilizada pela moeda virtual funcione como um lastro.  

Essa falta de lastro é considerada por muitos como um dos principais riscos das criptomoedas, já que só existem no mundo virtual, não tendo nada para comprovar seu valor. 

Volatilidade 

As criptomoedas têm preços de mercado que oscilam muito rapidamente e com grande frequência. Por isso, trata-se de um mercado em que os investidores sabem que podem valorizar ou desvalorizar com muita facilidade, o que gera baixa confiabilidade. 

No caso das stablecoins, já que são atreladas a ativos mais estáveis, como ouro ou moedas fiduciárias, elas têm o potencial de apresentar menor volatilidade. Por isso, muito raramente você verá quedas significativas de um dia para o outro, como é comum no mundo das criptomoedas.  

Valorização 

Já que stablecoins são atreladas a ativos reais, são mais estáveis, uma característica positiva que também impede que se beneficiem com grandes saltos de valorização, como ocorre com as criptomoedas. Assim, quem investe em stablecoins sabe que terá uma moeda menos volátil e mais segura, porém, está ciente que não usufrui de grandes rendimentos.  

Centralização 

Uma das principais características das criptomoedas é sua descentralização, ou seja, não são reguladas por nenhuma instituição. Por outro lado, as stablecoins são criadas por grandes empresas, o que reduz a transparência das operações. Por outro lado, esse mecanismo garante maior segurança ao investimento. 

Comportamento frente à inflação 

As criptomoedas são vistas por muitos como ferramentas de proteção contra a inflação, exatamente pela descentralização da moeda. No entanto, como as stablecoins são atreladas a moedas fiduciárias, elas se tornam dependentes de decisões tomadas pelos bancos centrais, especialmente relativas ao controle da inflação no país. 

Elas são aceitas para pagamentos? 

A popularidade das stablecoins está apenas começando, mas sua estabilidade já está abrindo portas para que possam ser usadas no mercado de pagamentos.  

Por exemplo, em março de 2022, a Visa pronunciou sua proposta de aceitar a USDC para transações. Inclusive, o São Paulo Futebol Clube usou a USDC para a contratação de um jogador.  

O Banco Central também está planejando uma versão do real digital, que é uma espécie de stablecoin, pois é lastreada na moeda brasileira. O PicPay, uma fintech que fornece carteiras digitais, também tem propostas de implementação de uma stablecoin lastreada em reais, a BRC. 

O fenômeno stablecoin ainda é incipiente e carece de regulamentação. Mas sua dinâmica e estabilidade atrai muitos investidores e apresenta um grande potencial de se tornar uma ferramenta de pagamento para o nosso dia a dia. 

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