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Open banking: o que muda para o usuário?

O Open Banking já é um assunto recorrente, especialmente em mídias especializadas no mercado financeiro. Entenda melhor essa revolução e o que ela representa para o usuário final!

Os serviços financeiros estão prestes a passar por mais uma grande revolução. Com implementação ao longo de 2021 e 2022, o Open Banking vai realmente transformar a maneira como enxergamos as soluções fornecidas no mercado financeiro e de pagamentos. 

Porém, poucos entendem o real impacto que o projeto terá no cotidiano das pessoas. Por isso, produzimos este conteúdo para você entender melhor o Open Banking e como isso pode afetar sua vida. 

O que é o Open Banking? 

Open Banking, ou sistema bancário aberto, é um projeto elaborado pelo Banco Central que tem como função regular como será feito o compartilhamento de dados financeiros dos usuários. A premissa é que o usuário seja o dono dos seus próprios dados e possa abrir ou compartilhar com quem desejar. 

Assim, a proposta é que você tenha condições de autorizar que outras instituições acessem suas informações bancárias. Que dados são esses? São eles: 

  • dados cadastrais: nome, telefone, CNPJ ou CPF, endereço e demais informações dos dados dos sócios, caso seja uma pessoa jurídica; 
  • renda: todo o faturamento da empresa ou o comprovante de salários de pessoas físicas; 
  • transações: movimentação da conta bancária (extrato), capacidade de compra, perfil de consumo; 
  • produtos contratados: financiamentos e empréstimos bancários, envolvendo valores e demais condições. 

Com esse compartilhamento, a concorrência no setor fica ainda mais acirrada, dando maior liberdade de escolha aos consumidores e melhores condições de crédito. 

Como é hoje? 

Nos padrões convencionais, os dados ficam presos à instituição bancária na qual o usuário tem uma conta. Essas informações não ficavam conhecidas pelas demais instituições, mesmo que o usuário desejasse compartilhar. Dessa forma, o banco acabava se tornando o proprietário dos dados, e os seus clientes não têm nenhuma autonomia para gerenciar suas próprias informações. 

Pense em uma situação em que uma pessoa deseja buscar soluções de financiamento para a compra de um imóvel. O banco A, no qual ele tem conta, conhece todas as suas informações financeiras, como histórico de renda, pagamentos, produtos contratados, comportamento de consumo, entre outros. 

Mas o cliente deseja pesquisar os valores de financiamento no banco B. No entanto, este banco não tem nenhuma informação sobre o cliente e fica muito mais difícil fornecer condições de crédito mais favoráveis. 

Que oportunidades o open banking proporcionará para o usuário? 

Com o Open Banking, o cliente é inserido no centro de todo esse processo. É ele quem dita o que ocorre com seus próprios dados, podendo compartilhar com terceiros sempre que desejar. 

Considere esse mesmo caso do cliente que deseja financiar um imóvel. Com as regras e as tecnologias desenvolvidas com o Open Banking, o usuário pode facilmente compartilhar com o banco B os seus dados armazenados no banco A. Assim, a instituição teria todas as informações necessárias para fornecer um produto segundo as suas necessidades e com taxas muito mais competitivas. 

É claro que o Open Banking abre um leque de oportunidades muito mais amplo do que o fornecimento de crédito aos usuários, e ainda fica difícil entender toda a dimensão de novos serviços e modelos de negócios que podem surgir com essa revolução. 

Imagine, por exemplo, que pode ser muito mais fácil abrir uma conta em outras instituições financeiras, uma vez que bastará compartilhar seus dados para que tudo seja feito com muita agilidade e menos burocracia. 

Negócios que unem diferentes serviços financeiros em uma só plataforma também serão possíveis. Assim, o cliente poderá gerenciar cartão de crédito de uma operadora, conta corrente de outro banco, empréstimo de uma fintech e seus investimentos de uma corretora tudo em só app. Já pensou nisso? 

Como vai ser na prática? 

Todo o compartilhamento de informações vai acontecer por meio de APIs (Interfaces de Programação de Aplicações). Essa tecnologia utiliza padrões técnicos para que os sistemas das diferentes instituições financeiras possam extrair informações umas das outras de modo rápido, seguro e em conformidade com as regras estabelecidas. 

Segundo as normas do Open Banking, os participantes devem criar APIs abertas que serão usadas pelas demais instituições e fintechs para ler os dados dos usuários que deram essa autorização. Para os grandes brancos, aderir a esse padrão é obrigatório, mas é facultativo para outras instituições. No entanto, o sistema é recíproco, ou seja, poderá ler as APIs de terceiros somente quem também compartilhar os dados que estão sob sua gestão. 

Essas APIs são avançadas e extraem apenas as informações necessárias e autorizadas para cada caso. Isso quer dizer que nenhuma instituição financeira terá acesso a dados que você não compartilhou. 

Na prática, quando o usuário entrar em contato com uma instituição financeira ou fintech para abrir conta ou buscar produtos e serviços, ele poderá autorizar que ela extraia seus dados do banco onde já tem conta. Tudo vai funcionar de forma digital e pode ser feito pelo próprio app da instituição, de modo fácil, rápido e sem burocracia. 

Quando o Open Banking entra em vigor? 

Segundo o Banco Central, a implementação do Open Banking ocorre ao longo de 2021 em 4 fases: 

  • 1º de fevereiro de 2021 — fase 1: as instituições financeiras passam a disponibilizar seus dados sobre taxas e tarifas de seus produtos de forma padronizada em seus canais de atendimento, permitindo que o cliente possa comparar os diversos serviços financeiros; 
  • 15 de julho de 2021 — fase 2: o cliente pode compartilhar dados cadastrais, de transações, de cartões e de crédito para as instituições. Assim, ele já pode portabilizar suas informações; 
  • 30 de agosto de 2021 — fase 3: troca de dados sobre transferências pelo PIX; 
  • 15 de dezembro — fase 4: integração de diversos produtos financeiros, como seguros, operações de câmbio, previdência privada e investimentos — troca de dados entre as instituições financeiras. 

Algumas integrações serão feitas somente em 2022, como: 

  • 15 de fevereiro de 2022: transferências para contas do mesmo banco e Transferência Eletrônica Disponível (TED); 
  • 30 de março de 2022: poderão ser compartilhados aos clientes que aderiram ao Open Banking propostas de operações de crédito; 
  • 31 de maio de 2022: poderão ser compartilhados aos clientes que aderiram ao Open Banking os dados sobre operações financeiras, como seguros, previdência, investimento e câmbio; 
  • 30 de junho de 2022: compartilhamento de serviços de boletos bancários; 
  • 30 de setembro de 2022: compartilhamento de serviços de débito em conta. 

Como você pode perceber, algumas dessas etapas se referem a processos que ocorrem entre as instituições financeiras, e ficam mais evidentes ao consumidor. Mas a revolução já começou, e os bancos já estão se movimentando para não ficar para trás nessa corrida. 

Open Banking deixou ainda mais claro algo que sabemos há muitos anos no mundo dos negócios: dados valem ouro. E com esse sistema, você ganha legalmente o poder sobre seus dados, com regras e tecnologias específicas para compartilhar com quem quiser, e com toda a segurança necessária. 

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