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PIX no mercado de pagamentos: como será?

Entenda melhor como o PIX pode impactar o mercado de pagamentos e que oportunidades e desafios as instituições financeiras terão por conta dessa nova modalidade.

O PIX já é uma realidade que chegou para causar uma grande revolução. Esse novo sistema de pagamentos instantâneos brasileiro é uma interessante proposta do Banco Central para a diminuição de uso do papel-moeda e digitalizar de vez as transações financeiras.

Além das novas oportunidades, o PIX também traz novos desafios para o mercado. Neste artigo, vamos discutir um pouco sobre o impacto do PIX e como ele pode mudar o dia a dia de empresas e do consumidor final.

O que é o PIX?

PIX é um sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central para dar suporte a pagamentos e transferências feitos entre instituições financeiras de forma prática, segura, digital e em tempo real.

As grandes instituições financeiras com o tempo serão obrigadas a entrar nesse arranjo, mas esse já é um sistema que está na mira de muitas organizações, desde cooperativas até bancos e fintechs.

A novidade chama a atenção de muitos usuários. Afinal, em comparação com as modalidades convencionais de transferências, como TED e DOC, o PIX traz muitas vantagens importantes, como baixo custo e agilidade ao usuário.

A grande diferença do PIX em relação a outras modalidades é a sua disponibilidade de 24 horas por dia, sete dias por semana, em qualquer dia do ano, inclusive nos feriados. Os recursos serão debitados diretamente da conta do pagador e creditados na instituição financeira cadastrada via chave do recebedor em tempo real.

PIX no mercado de pagamentos: quais são os impactos?

A perspectiva é que o PIX leve parte do marketshare do cartão de débito, TED, DOC, dos pagamentos em dinheiro e dos boletos bancários a curto prazo. Provavelmente, não haverá a extinção dessas modalidades, uma vez que poderão coabitar no mercado durante muitos anos, já que cada uma delas tem suas especificidades e aplicações.

Mas o que se espera é que o PIX se torne muito mais popular e promova uma digitalização maior por parte dos brasileiros. Isso se deve bastante aos seus baixos custos e à praticidade da operação.

Por exemplo, ao realizar um pagamento via boleto bancário, espera-se que o pagador tenha saldo em conta, mas a compensação pode levar dias para acontecer. Além disso, a transferência mais rápida até então, o TED, acarreta custos ao consumidor e não funciona fora dos dias e horários comerciais.

O PIX, por outro lado, exige apenas uma chave, que pode ser o CNPJ, CPF, e-mail ou número de telefone ou mesmo um código QR. Em todo o caso, o cliente deverá apenas abrir o app do banco ou da instituição financeira em que tem uma ou mais chaves cadastradas e selecionar a opção PIX para fazer a transferência instantaneamente.

Se do lado do consumidor as vantagens são claras, pelo lado do recebedor, como empresas e profissionais autônomos, os benefícios não são menores. Embora para pessoas jurídicas as transações com o PIX também gerem custos, eles tendem a ser menores que os de cartões de crédito e débito.

Nas vendas feitas por débito, por exemplo, existe a cobrança do MDR (merchant discount rate), que é formada por três taxas: um fica com a empresa fornecedora da maquininha, a outra com o banco e uma terceira com a bandeira. Esses três agentes do fluxo de transações, no entanto, não necessariamente precisam ser utilizados pelo PIX.

Por exemplo, em uma venda utilizando o código QR, a transação pode ser feita pelo smartphone do cliente, e o processamento será feito pelo Sistema de Pagamentos Instantâneos do Banco Central (SPI).

Por esse motivo, os estabelecimentos comerciais têm bastante interesse em adotar essa ferramenta, ganhando um novo meio de captura. Quando falamos das grandes empresas do mercado, haverá interesses adicionais, especialmente daquelas que já atuam com seus próprios meios de pagamento. Afinal, o PIX pode fornecer dados valiosos: os hábitos financeiros dos usuários.

Quais desafios o mercado enfrentará?

O PIX ainda está em fase de implementação, e os bancos e as organizações financeiras ainda estão se ajustando para entender a dinâmica de como o sistema funcionará na prática. Além disso, essa nova plataforma de pagamentos instantâneos trará muitos desafios ao mercado.

Em primeiro lugar, podemos levantar a questão da conciliação bancária. Com as limitações de transações que ocorriam em dias e horários comerciais, era mais fácil realizar essa conciliação antes da abertura do caixa a cada dia.

Com o PIX, as transações ocorrem 24 horas por dia, e as empresas precisarão buscar novas estratégias e ferramentas que possam dar o suporte necessário à conciliação para que ela ocorra de forma dinâmica e exata.

Outra questão a apontar é que, embora seja gratuito para pessoas físicas, o PIX não é isento de custos para as empresas, e muitos bancos e instituições financeiras ainda estão considerando ajustar preços e limites.

Em relação ao mercado, ainda será preciso conquistar uma boa parcela do público que ainda não tem a confiança necessária para usar os meios de pagamento digitais.

Caberá às instituições cuidar da segurança dos próprios aplicativos utilizados, como ocorre nos casos de outras transações. Outras camadas poderão ser adicionadas, como limites de valores diários com o pagamento instantâneo.

Esse cuidado com a segurança não se deve apenas às possibilidades de golpes, presentes já na etapa de pré-cadastro pelas instituições, é preciso considerar os erros cometidos pelos próprios usuários, uma vez que pagamentos instantâneos não terão garantia de retorno, e as instituições precisarão saber como lidar com isso.

Que oportunidades o PIX trará ao mercado de pagamentos?

A princípio, o PIX não atende a uma necessidade preenchida pelo crédito, muito usado pelas empresas como capital de giro. O pagamento instantâneo exige que o valor esteja disponível na conta do cliente, o que nem sempre é possível.

Além disso, o uso do cartão de crédito dá recursos ao cliente para contestação por não cumprimento dos serviços ou problemas com produtos. Nesse caso, o ressarcimento é facilitado, especialmente por ter um intermediador na transação.

Esses aspectos abrem diversas oportunidades ao mercado para bancos e fintechs inovarem em serviços, de forma que se possa aproveitar a praticidade do PIX e as características do crédito, por exemplo.

O PIX tem grande potencial de aumentar a digitalização do mercado de pagamentos, promover a inovação e inclusão e reduzir custos nas transações. É claro que o que se tem hoje são previsões baseadas em teorias.

O que sabemos é que, assim como ocorreu com a entrada de outras ferramentas, como o TED, o PIX no mercado de pagamentos não vai canibalizar as alternativas de pagamentos existentes. Elas devem coabitar durante muito tempo. Mas sim, haverá uma evolução clara, trazendo vantagens diretas ao consumidor e maior competitividade ao mercado.

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